As redes sociais são recentes, mas, para todos os efeitos, nos acostumamos muito rapidamente com esta nova forma de comunicação.

Mulher com cadeadoPrincipalmente, com a exposição diária, constante, de aspectos íntimos, como se dissessem respeito a todas as pessoas.

Em outras palavras, nos acostumamos a representar digitalmente, uma versão de nossas vidas, através das redes sociais.

Por outro lado, ainda não nos acostumamos com os possíveis efeitos colaterais desta exposição, como ansiedade e depressão.

Pode parecer exagero, mas, não é; na medida em que transferimos para o mundo virtual todos os problemas ligados a aceitação ou rejeição social.

Se isto não parece um problema, é porque o aspecto mais cruel destes efeitos colaterais está no fato de não serem imediatamente perceptíveis.

Tenha certeza que:

  • Uma pessoa pode entrar em um quadro de depressão e permanecer nele por muito tempo, sem nem mesmo perceber.
  • Já a ansiedade pode parecer menos nociva ou problemática. Mas, se associada a vários outros sintomas perniciosos pode atrapalhar nossa vida.

E isto não é difícil de entender. Exemplos existem por ai para elucidar os perigos que existem nas redes sociais.

Ainda que nem todas as pessoas sejam afetadas da mesma forma, pode ser importante pensar sobre o assunto.

E, falando em “todas as pessoas” destaco especialmente adolescentes e casais, que parecem sofrer ainda mais com os efeitos colaterais.

Os primeiros pelo implacável bullying virtual, e no segundo caso, pelas desordens em suas relações, tão comuns na traição virtual.

Como as Redes Sociais Afetam a Privacidade

Vamos falar de privacidade no mundo digital em 3 grandes segmentos:Homem com facebook

  1. Sem controle sobre a privacidade:

Em um tempo onde é possível rastrear vidas, descobrindo qualquer movimento, graças aos equipamentos e mecanismos potencialmente tecnológicos, ter privacidade realmente não é fácil. 

  1. Com privacidade (por opção ou por falta de estímulos):

Quando a pessoa escolhe manter sua vida desconectada das redes sociais, porque não necessita destas. Ou em alguns casos se afasta pois esta gera ansiedade e depressão.

  1. A invasão da privacidade:

Ou seja, da exposição da vida cotidiana, sua e de todas as outras pessoas, principalmente, no Facebook, por ser a maior das redes, mas, não apenas nele.

Foquemos nossa atenção neste último caso.

A questão é, a  necessidade de se fazer presente em uma comunidade. E claro, de ser percebido em meio a tantas pessoas.

Algumas pessoas podem ser muito populares. Porém, a maioria, terá poucos seguidores e curtidas e mesmo assim, ambos os perfis, estão sujeitos aos efeitos negativos.

Porque as redes se baseiam na exposição, para a “curtida” alheia, como se fosse necessário que alguém de fora, te dissesse, o tempo todo, que está no caminho certo.

Como se isso fosse realmente importante, gerando a necessidade das “curtidas”, mas, também, a necessidade de fazer algo que seja chamativo o suficiente.

Literalmente, viver em função da opinião dos outros, exatamente como já foi explorado, em vários episódios de Black Mirror.

Recomendo que assista a série, caso queira se assustar um pouco, para perceber como a ansiedade e a depressão, podem surgir de algo tão aparentemente simples.

Ou que, ao menos, preste atenção aos sinais em seu comportamento e avalie, até que ponto a presença nas redes pode estar causando algum mal.

Percebendo a Si Mesmo e Retomando a Própria Vida

 É muito difícil imaginar que a sociedade vá retroceder a um ponto, em que as redes não estejam mais presentes em nossas vidas.

Portanto, a questão não é abandonar a presença nelas, mas, aprender a lidar com os efeitos de nossa interação online.

foto preto e brancoAcima de tudo, é preciso lembrar que, rejeição e aceitação sempre foram um problema. Mas, nunca foram um problema tão exposto.

Nunca antes foi possível que rissem imediatamente de alguma foto sua, da América à Oceania.

E ainda que você não se importe com o que as pessoas da Oceania pensam, certamente se importa com o que as pessoas daqui pensam.

Não ter um mínimo de espaço pessoal, reservado para si e para as poucas pessoas capazes de oferecer conforto, não é uma boa ideia.

Justamente por depositar nas mãos de milhões de desconhecidos, o julgamento sobre si mesmo.

E não importa sobre o que seja, porque a própria ausência de julgamento, neste caso, pode significar para você que ninguém se importa o suficiente.

Menos é mais

Para finalizar este artigo, sugiro ainda que reflita e instigue outros a pensarem sobre o excesso de invasão a vida alheia e ao excesso de exposição da sua própria vida.

Isso, sem contar um perigo bem mais simples: querer ter a vida dos outros, de fato, pode trazer sérias consequências para todos os envolvidos.

É preciso fugir desta armadilha. Tomar a própria vida como sua responsabilidade, sem comparações injustas, entre o que cada pessoa é capaz de realizar.

Aliás, você tem ciência do seu potencial realizador?

Ou, necessita do “apoio moral” constantemente das redes sociais para se sentir “melhor”, mais bonita (o)? mais capaz?

Neste caso, aconselho que reveja seu estado pessoal de autoconhecimento.  Principalmente para afastar a ansiedade ou até mesmo a depressão que a falta de curtidas pode causar.

E se precisar de ajuda, procure!

girassol

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