Qual é a parte que nos falta? O que podemos aproveitar disso?
Você já deve ter visto o vídeo onde é mostrado um livro chamado “A parte que falta“ da editora Companhia das Letrinhas, certo?!?
Senão, clica ai:
Achei o livro uma graça, pois a simplicidade e delicadeza do autor foram excepcionais por tratar de um assunto sério.
Sério porque todos sentimos falta de algo, ou de alguém. Muitas vezes nem sabemos de que ou de quem.
Mas a ela esta lá, presente, gritando, ou apenas calada. Algumas vezes sufocando, chega a ser insuportável.
Outras, apenas uma dorzinha lá no fundo, fundo mesmo, que a gente até esquece (mas lembra de vez em quando)
E o que a gente pode fazer com essa falta?
Muitos podem sentar e esperar que o que falta, venha até nós, que chegue de bandeja. Que alguém (um ser de outro planeta às vezes) nos traga. Ou alguém bem mais simples, já conhecido nosso, que a complete.
Outros preferem correr atrás dela. Vão para muito longe. E voltam sem preenche-la.
Não encontram ninguém que a complete e passam a viver mal dizendo da vida. Mas o que tem essa falta de tão especial?!?!?
Sócrates, um grande filósofo, dizia: “…só podemos desejar o que não temos.” Se não temos, nos faz falta, certo!
Então, desejamos o que falta.
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Ficar parado, sentado, ou correr, e correr e correr?
Quando desejamos algo, podemos ter duas reações: Buscar o que desejamos, utilizando nossas habilidades. Ou esperar que alguém realize nosso desejo, igual ao gênio da lâmpada.
Vamos começar pelo gênio da lâmpada. 
Não seria nada mau ter um heim!?!? Mas será que só 3 desejos já seriam suficientes ?!?! E se fosse um gênio que nos atendesse eternamente, quantos desejos nós teríamos?!?!
Quantos desejos é possível alguém ter?? Dá para contar???
Isso significa que desejo gera desejo, logo, se desejo o que falta, falta gera falta mesmo quando ela é preenchida.
Assim como quando desejo é atendido e gera outro desejo.
Mas deixar que um gênio satisfaça nossos incontáveis desejos, não nos permite apreciar o caminho até o encontro do desejo. Ou encontrar o que nos falta, não significa que não mais sentiremos ela.
O caminho até o que nos falta.
O caminho até o que ela pode ser longo, cheio de obstáculos, tempestades, desilusões…
Mas também pode ser muito inspirador, você pode descobrir habilidades que nem imaginava ter para poder passar por obstáculos.
Pode no meio da tempestade, fazer novos amigos, ou fortalecer amizades já existentes. Pode descobrir que contar com alguém não depende só da sua vontade.
O outro é uma caixinha de surpresa, e pode não ser tão agradável a surpresa assim. Tudo isso, só incrementa a sua bagagem de vida.
Cada luta pela conquista, pela falta, te deixa mais forte, mais habilidoso. Você se descobre capaz de ir ao encontro do que falta, ou, descobre no meio do caminho, que a ela não era bem aquela…. e muda de falta, e assim muda a direção do caminho, mas continua a caminhada.
O mais importante é que ela deve nos mover, nos tirar de onde estamos para irmos mais longe. Cada passo nessa jornada deve ser de descobertas, pequenas ou grandes, não importa….
Você é o protagonista da sua falta, portanto é responsável por ela, e por tudo que ela tiver de bom ou de ruim.
E como começamos a andar?
Vou dar um exemplo de falta: “Preciso ter um diploma”. Para ter esse diploma, você precisa cursar uma faculdade, então seu caminho até o diploma é de 5 anos de dedicação.
Nesse caminho de dedicação, terão provas, trabalhos, seminários, muitos livros para ler, professores exigentes, outros um pouco chatinhos…. Mas no mesmo caminho você encontrará, novos amigos, amigos de vida, outros que só serão passageiros. Novos conhecimentos, notas boas, professores inspiradores. Você não será o mesmo do início do caminho com certeza.
E enfim, chega o final dos 5 anos e o diploma está em suas mãos. E agora?
E agora, queremos trabalhar, exercer nossa profissão. Mais uma falta surge: “Preciso de um trabalho”
E lá vamos nós atrás de vagas, e descobrimos que não basta só o diploma, seria muito bom termos uma pós-graduação, um mestrado, ou até mesmo um doutorado.
E de uma falta, surgem outras que a gente não sentia antes, mas agora sente.
Vamos sim viver com as faltas, e a vida pode ser linda assim mesmo.
Cada um com sua e ao mesmo tempo completo em sua singularidade.
A terapia ajuda muito a entender que somos seres insatisfeitos sim, mas não precisamos ser infelizes por isso.
Por isso, se precisar de ajuda, procure. Faça terapia!
