O cuidado que devemos ter conosco deve ser tanto ou mais importante que aquele que dispensamos para com o outros.
Somos espelhos para alguns, nos espelhamos em outros, e assim vamos somando a nossa personalidade algumas características que admiramos.
Ser uma referência não é uma tarefa fácil, exige organização, maturidade e ética.
Mas, acima de tudo é necessário também que exista o amor próprio.
Que acolhe, fortalece, mas, também, “que nos chama” a realidade quando perdemos o foco ou quando negligenciamos nossos pontos fracos.
O que temos de concreto é que, a falta de cuidado consigo reflete imensamente em nossos relacionamentos.
No ambiente de trabalho, na família (pais e filhos), amizades e principalmente no relacionamento de um casal, o desleixo de um pode trazer consequências negativas para a relação.
Como já pode perceber, quero te ajudar a entender que, você só poderá doar ou proporcionar a uma relação aquilo que tem.
E o que é que você tem?
Sei que pode responder que tem dinheiro, fama, etc., mas isso não é o suficiente para a construção de um relacionamento saudável.
Toda relação carece de cuidado específico, que deve se iniciar na essência de cada um que faz parte deste pacto.
A falta de cuidado com a aparência afeta o outro e a relação
Veja bem, não falo aqui de ser mais ou menos bonita ou bonito. Mas sim da maneira como cuidamos da nossa imagem e saúde física.
Uma situação trivial, como por exemplo, vestir-se inadequadamente ou de forma inapropriada em determinada situação, pode magoar o outro.
Se a atitude causou constrangimento o problema se agrava, levando a discussões e brigas.
A falta de cuidado com a sua saúde afeta o outro, pois quando amamos alguém queremos que ele esteja com a saúde em dia.
Fazer exames, alimentar-se bem, cuidar da saúde bucal, coisas que podem parecer comuns, mas que quando deixadas para traz, podem custar muitas coisas.
Se você é um fumante ou consome bebidas alcoólicas em excesso, diferente do seu cônjuge, seus hábitos poderão influenciar negativamente no relacionamento.
E assim… uma série de situações onde não existe o cuidado com a sua imagem e saúde física, acabam motivando o afastamento do outro.
Manter pensamentos obsessivos prejudica o cuidado consigo e para com o outro
Se você não domina os pensamentos de obsessão (principalmente aqueles voltados para a ideia de que o outro te pertence) está diante de uma “faca de dois gumes”.
De um lado está você, se consumindo com ciúmes e desconfianças, que levam a manter a mente aflita e inquieta.
E do outro lado está seu conjugê, muitas vezes tendo que suportar sua “irá” e sua energia carregada de negatividade.
Diante dessa situação você não consegue manter o controle sobre sua mente, sobre suas atitudes. Definitivamente não pode colaborar para o crescimento da relação.
A falta de compromisso com a sua saúde mental afeta também a vida do outro
Quando falo em saúde mental, me refiro a várias situações que são necessárias para que você demonstre segurança e coerência no modo que conduz sua vida.
Como por exemplo:
- Como resolve seus problemas do dia a dia;
- Como organiza sua rotina;
- Como se socializa;
- Qual seu nível de tolerância;
- O quanto é persistente;
E não menos importante é fundamental que demonstre o amor próprio.
Sem isso, fica difícil que seu cônjuge possa te admirar e assim querer dividir com você projetos para uma longa vida juntos.
O cuidado necessário para elevar a autoestima do outro é o modelo de atenção para com sua autoestima
Não posso deixar de falar sobre o valor da autoestima positiva para cada pessoa.
Se você menospreza sua capacidade, se sente inferiorizado ou se costumeiramente sabota seus verdadeiros desejos…
Tenha certeza que também não saberá quais os cuidados necessários para ajudar o outro a resgatar a autoestima.
Manter sua autoestima saudável é parte do cuidado consigo, e procurar ajuda profissional para isso não é nenhuma vergonha.
Se você não sabe ouvir não saberá como ensinar o outro a ouvir
Se existe algo que corrompe o relacionamento, é a falta de capacidade para ouvir as queixas e insatisfações do outro.
Será que quando você reclama que o seu cônjuge não te escuta, você está escutando-o quando ele fala?!?!
Se mostrar aberto, receptivo e bom ouvinte é essencial para saber interpretar as necessidades do outro.
Quando você se torna um(a) bom ou boa ouvinte, poderá enfim, ouvir de verdade. E assim cuidar da relação e por consequência, tem grande chances de ensinar ao seu cônjuge como fazer o mesmo.
Se você finge ser alguém ou algo que não é, obviamente não estará cuidando de si tão pouco do outro
No início deste artigo mencionei que devemos ser éticos. Me refiro a ética perante nós mesmos, principalmente respeitando nossos valores, limites, dificuldades e preferências.
Se conduzimos a vida de acordo com os critérios dos outros, acabamos vivendo a vida do outro. E isso com certeza não é ideal para o nosso perfil e perspectivas.
Diante disso, apenas representamos, acobertando nossa verdadeira personalidade.
Logo, não podemos ajudar o outro quando este enfrentar também seus conflitos internos, entre eles aqueles que mexem com a sua ética.
Diante destas premissas podemos juntos concluir que de fato, só podemos servir de espelho e ajudar o outro, especialmente quando se trata da pessoa com a qual mantemos relacionamento afetivo, se a ajuda chegar primeiro a nós.
Pense sobre isso e saiba que estou aqui para te ajudar se precisar!
