Se pensarmos por um instante sobre a facilidade de se conhecer pessoas pela internet, seria de se imaginar que fazer amizade também seria mais fácil. Mas, já está mais do que claro que, a grande maioria destes “amigos”, são apenas conhecidos.
Pessoas com quem conversamos eventualmente, sem, no entanto, podermos classificar como uma amizade propriamente dita.
Por um lado, isso acontece porque falta o contato pessoal, sempre fundamental para o estabelecimento de uma relação realmente próxima.
Por outro, também acontece porque as pessoas não estão realmente procurando amigos, mas, seguidores, contatos, curtidas e um sem fim de outros objetivos menores.
Nós evoluímos como seres humanos, baseando nossas escolhas e afinidades, em olhares, toques e sinais corporais diversos.
Por isso, a verdadeira compreensão entre dois seres humanos, só é possível de ser estabelecida, presencialmente.
Ainda que se possam encontrar algumas exceções, como sempre, elas serviriam apenas, para confirmar a regra. Ou seja, amizade exige proximidade e isso, não se faz com muitas pessoas ao mesmo tempo.
Por si só, este princípio já nos dá uma pista de uma ideia central da amizade: não é quantidade que importa.
Dois mil “amigos” no Facebook não significam nada, assim como dezenas de conhecidos na vida real, também não significam nada.
Simplesmente, porque não há laços profundos, não há nenhuma garantia de empatia automática nestas relações.
Isso, encontramos apenas, em umas poucas relações que devemos cultivar e que, se tudo der certo, carregaremos pela vida inteira.
Quantos amigos se pode ter ao longo da vida?
Todos nós nos enganamos, eventualmente, a respeito das pessoas a nossa volta. Às vezes, são pessoas ruins; as vezes, apenas cometeram um erro que não esperávamos.
No primeiro caso, é perfeitamente possível que jamais tenhamos sido amigos daquela pessoa pois, ela podia estar, simplesmente, manipulando a relação em benefício próprio.
Não é difícil de acontecer, porque todos somos carentes de amizade e mais do que isso, de compreensão, de um tipo diferente do que a família pode dar.
Trata-se de uma compreensão desinteressada em julgamentos, de pessoas capazes de te entender e claro, estar do seu lado, quando mais precisar delas.
É um tipo de amor único e portanto, não muito corriqueiro. Não se acha isso em qualquer esquina, tanto, que mal sabemos reconhecer de início, quando acontece.
Por isso erramos no julgamento de caráter, com alguma frequência e também por isso, é importante não perder muito tempo com estas pessoas.
Nem com os milhares de amigos inócuos da internet, nem com as dezenas de conhecidos da vida real. Porque este tempo é precioso e deve ser dedicado a quem merece, a quem lhe faz bem e claro, a quem você deve fazer bem.
Percebam, estou falando de amizade verdadeira; daquelas poucas pessoas a quem se pode contar tudo. Ou, muito melhor do que isso, daquelas pessoas a quem não precisamos contar nada, porque elas simplesmente entendem.
Sentem nossa dor, como se fosse delas; nos alegram quando estamos tristes, nos dão apoio incondicional, quando realmente precisamos.
Mas, há um outro benefício nestas relações, muito mais difícil de perceber, que deve servir de conclusão para este raciocínio.
Fazer o bem sem olhar a quem?
Sim, se possível devemos ser caridosos e bondosos com as pessoas em geral, mas, com os amigos verdadeiros, isso deve ser mais do que um mantra. Deve ser algo que você faz sem pensar a respeito, sem esperar nada em troca.
E no fundo, a melhor maneira de você aprender a identificar uma amizade verdadeira é : de um lado, porque a pessoa não te julga; o que não significa que não possa lhe dizer muitas “verdades”, que ninguém jamais diria.
E de outro, porque você faz exatamente a mesma coisa. Porque a empatia é mútua, a ponto de podermos falar em amor puro.
Agora, com tudo isso dito, olhando para trás, quantas vezes isso já lhe ocorreu? Poucas, sempre muito poucas.
Por isso, mais uma vez, a importância de preservar estas relações, mas, também, por isso, é importante retomar a ideia da qualidade.
Um excelente amigo, é muito melhor do que dezenas de “amigos”, porque não precisamos de mais do que um, dois ou três deles.
Precisamos apenas, ter alguns, poucos que sejam; mas, com quem sejamos capazes de compartilhar a vida.
Alegrias, tristezas e todo o pacote de percalços da vida; para benefício mútuo. Mas, um benefício intangível, que só uma amizade verdadeira proporciona.
Pense sobre isso, e, se caso esteja encontrando dificuldades nas suas relações podemos conversar mais de perto.
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